Dicas para economizar dinheiro
Algumas semanas atrás, eu fui a uma loja comprar tênis de corrida novos. Queria algo mais leve, de uma cor só e bem estiloso. Depois de 30 minutos rodando e provando alguns pares, consegui encontrar o modelo que desejava.
Falei para o vendedor: “pronto, escolhi”. Ele me olhou, abriu um sorriso convincente e disse: “Provavelmente não deveria lhe dizer, mas se você levar mais um par desses tênis, o segundo sai pela metade do preço.”
Ele estava certo. Não deveria ter me dito isso. Uma pesquisa recente revelou que ter uma grande promoção pode ser tão excitante e prazeroso quanto sexo. Fiquei um tempo matutando e, não resistindo, levei os dois.
Isso me fez pensar em como podemos nos transformar em consumidores mais conscientes e não cheios de dúvidas. Como podemos economizar dinheiro? Segundo Jonah Lehrer, autor de “How We Decide”, em português, “Como Decidimos”, há em nosso cérebro um centro de prazer que reage ao que queremos.
Esse estímulo pode ser anulado por outro centro, o da dor, que nos impede de gastar mais. Porém, quando se você percebe que está fazendo um bom negócio, no caso das promoções, a dor diminui e só o prazer reina.
Essa pode ser uma das razões pelas quais as lojas usam táticas de venda tão agressivas, especialmente nesses tempos de crise. Elas sabem que é mais fácil vender quando passa a ideia de que o cliente terá alguma vantagem.
O problema é que, embora um desconto signifique que você está comprando algo que você já queria com um bom preço, também pode dizer que você adquire algo que nem precisa só porque o valor é atraente.
Vejam técnicas que as lojas usam para você gastar e como sair dessa estrategicamente e, ainda, economizar mais.
Técnica 1: Comparações de diminuição de custos
Pesquisas mostram que é mais provável que façamos um acordo se pudermos ver o quanto estamos economizando. Muitas vezes, vemos mais a porcentagem do que o cifrão. Antes de correr para o caixa com uma peça que curtiu, pense onde irá usá-la, em quais situações.
É legal pensar também no que aconteceria se você esperasse para comprá-la. Se você vacilar na hora de responder, pense duas vezes antes de comprar. Uma vez que você deslizar naquele jeans skinny perfeito, diz Lehrer, seu cérebro subconscientemente toma posse dele. E aí, não comprar a peça será uma perda para você.
Técnica 2: Ofertas de tempo limitado
Você já se perguntou por que as ofertas do tipo Black Friday bombam? Simplesmente porque promoções com tempo limitado atraem nossa curiosidade inata e nos treinam para esperar algo grande. A antecipação do que podemos comprar é ainda mais estimulante para o cérebro.
Esse tipo de oferta joga com a ideia de que nossa mente está mais focada no agora do que no amanhã. Vamos supor que você tem como objetivo juntar dinheiro para comprar um apartamento. Por ser uma meta levemente abstrata, futura, é complicado competir com aquele vestido maravilhosa gritando um precinho excelente na sua frente. Para permanecer firme, trace planos mais tangíveis e próximos.
Técnica 3: Estendendo o pagamento
Pense naqueles anúncios: “10 vezes sem entrada e sem juros”. Essa estratégia funciona do mesmo jeito que os cartões de crédito. Ela convence seu cérebro de que a despesa não vai doer, porque você não tem que pagar hoje. O cartão é um dinheiro de plástico. Nós acabamos não o compreendendo como dinheiro e, por isso, gastamos muito mais com ele, de forma geral.
Pesquisas dizem que quanto mais irreais são as formas de pagamento, mais chance de você gastar. Nós tendemos a usar mais o cartão de crédito, por exemplo, do que o de débito que, por sua vez, é mais usado do que dinheiro em espécie. No caso do dindim, notas menores são gastas com mais velocidade do que notas de maior valor.
Então, a dica para economizar é deixar os cartões de crédito em casa e trocar as notas de 20 na carteira pelas de 50. Você, certamente, pensará um pouco antes de gastar.